Investidores ponderavam sobre o impacto do anúncio do presidente dos EUA de impor tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país
Este conteúdo foi originalmente publicado em Dólar sobe na abertura com expectativa sobre tarifas de Trump no site CNN Brasil. Mercado, Bolsa, Câmbio, CNN Brasil Money, Dólar, Donald Trump, EUA, Ibovespa, Mercado Financeiro CNN Brasil
O dólar à vista subia ante o real nas primeiras negociações desta segunda-feira (10), em linha com os mercados emergentes, à medida que os investidores ponderavam sobre o impacto dos mais recentes planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em nova escalada das tensões no comércio global.
Às 9h04, o dólar à vista subia 0,5%, a R$ 5,8215 na venda.
Na sexta-feira (7), o dólar à vista fechou em alta de 0,48%, a R$ 5,79268. Na semana, a moeda acumulou queda de 0,73%.
O Banco Central fará nesta sessão um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 5 de março de 2025.
EUA
Trump disse no domingo (9) que anunciará nesta segunda-feira tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para os EUA, que se somariam às tarifas existentes sobre metais, sem incluir mais detalhes sobre a medida.
Falando a repórteres no Força Aérea Um, o presidente também afirmou que anunciará tarifas recíprocas na terça (11) ou quarta-feira (12) que entrarão em vigor quase imediatamente, igualando as taxas cobradas por outros países sobre os EUA.
Esse foi o mais recente anúncio de Trump sobre a política comercial dos EUA, que ocorre na esteira da implementação de tarifas de 25% sobre os produtos de México e Canadá e de 10% sobre as importações da China na semana passada.
Enquanto Trump chegou a um acordo com os líderes dos dois vizinhos para suspender as taxas por um mês, em troca de medidas para endurecer o controle da fronteira com os EUA, a tarifa sobre a China segue em vigor, com as ações de retaliação de Pequim sendo ativadas nesta segunda.
O anúncio das tarifas sobre metais tem o potencial de afetar as exportações de uma série de parceiros comerciais dos EUA, incluindo Brasil, México, Canadá, Japão e União Europeia, que são produtores dos materiais visados por Trump.
Em relação às tarifas recíprocas, no entanto, o impacto é incerto, uma vez que Trump não forneceu detalhes sobre quais países buscará atingir com a medidas.
“A pressão diante da ameaça de Trump de anunciar hoje a taxação sobre as importações de aço e alumínio deixa a nossa moeda mais fragilizada”, disse Guilherme Esquelbek, gerente da mesa de câmbio da corretora Correparti
Em meio à expectativa pelas tarifas, o dólar avançava sobre moedas emergentes, incluindo o peso mexicano e o peso chileno.
A lógica dos investidores nesse cenário, para além de abandonar ativos dos países que devem ser atingidos pelas tarifas, é de que as medidas de Trump têm potencial inflacionário, o que forçaria o Federal Reserve a manter a taxa de juros elevada por mais tempo.
Com isso, o dólar se favorece, pois o cenário contribui para o aumento dos rendimentos dos Treasuries, o que torna os ativos norte-americanos mais atrativos para investidores estrangeiros.
Na cena doméstica
A sessão era marcada pela divulgação da pesquisa Focus do Banco Central, em que o mercado elevou novamente as projeções para a inflação brasileira em 2025 e 2026.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA agora é de alta de 5,58% ao fim deste ano, de 5,51% na pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira é de 4,30%, de 4,28% anteriormente.
Os investidores se posicionarão neste pregão para a divulgação de dados do IPCA de janeiro na terça-feira, com a projeção de economistas consultados pela Reuters de que a alta dos preços desacelere para 0,14% na base mensal, de um avanço de 0,52% em dezembro.
*Com informações da Reuters
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