Desde 2007 o mercado automotivo brasileiro não registrava um crescimento tão exponencial nas vendas. A informação é da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que destacou os resultados do segundo semestre deste ano em coletiva de imprensa sobre os resultados das vendas de novembro.
As vendas de veículos novos cresceram 15% em 2024 quando comparado aos 12 meses anteriores. Foram emplacados 2,654 milhões de veículos leves e pesados em 2024, contra 2,309 milhões em 2023. Comparando o primeiro contra o segundo semestre deste ano, a alta foi de 32% – o melhor semestre em vendas dos últimos 10 anos. Não havia registro de um crescimento tão grande como esse há 17 anos.
Durante a coletiva de imprensa, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destacou que esses resultados colocam o Brasil em posição de destaque internacional. “O Brasil obteve o maior crescimento entre os 10 principais mercados globais de veículos, ficando à frente de mercados importantes como Canadá, México e China”, diz Leite.
Outro ponto importante é que 2024 marcou o anúncio do maior ciclo de investimento da história do setor automotivo. Ao todo, foram R$ 180 bilhões.
A produção de veículos novos também cresceu 10,7% em relação a 2023, com 2.574 milhões de veículos novos em 2024 contra 2.325 milhões. Com essa melhora o setor também empregou mais, criando 100.000 novos postos de trabalho em 2024. Ao todo, 1,3 milhão de brasileiros trabalham na cadeia automotiva.
Importações superaram as exportações
A Anfavea apresentou com preocupação a informação de que as importações superaram as exportações pela primeira vez desde 2015. Foram 463.000 unidades importadas contra 403.000 exportadas. E esse resultado está diretamente associado à chegada de novas marcas chinesas no Brasil, como BYD e GWM.
As importações da China cresceram 415% em 2024, totalizando 165.000 unidades. Porém os principais países em participação de produtos importados continuam sendo os do Mercosul e o México, representando 38,5% dos negócios.
Leite afirmou que as chinesas têm, atualmente, um estoque de 70.000 unidades no país. Esse estoque elevado acaba gerando preocupação de uma possível redução de preços repentina como uma forma de aliviar o estoque.
Para 2025, a Anfavea prevê um crescimento de 5,8% nos emplacamentos de veículos leves, passando de 2,5 milhões para 2,6 milhões de unidades.
Outro ponto destacado pela associação é que os modelos elétricos lideraram de janeiro a outubro os emplacamentos em relação a outras novas tecnologias de propulsão. Portanto, superando a venda de híbridos e híbridos plug-in, na segunda e terceira posição. A partir de outubro os híbridos se recuperaram e devem fechar 2024 na liderança de vendas, deixando os elétricos na terceira posição do ranking.
