O advogado Ricardo Costa, responsável pela defesa de Adeison de Jesus Souza, 35 anos, foi alvo de protestos nesta sexta-feira (3/1), ao acompanhar o depoimento de seu cliente na 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte). Adeison é investigado pelo atropelamento e morte do ciclista e farmacêutico Tiago Gonçalves de Oliveira, 38, no acostamento da BR-070, na última quarta-feira (1º/1).
Familiares da vítima chamaram o advogado de “assassino” e questionaram sua postura: “Vale tudo por dinheiro?”. Durante o tumulto, Ricardo Costa alegou que Adeison parou para prestar socorro após o atropelamento, mas decidiu deixar o local por medo de ser linchado, já que outras pessoas estariam auxiliando a vítima.
Parentes de Tiago contestaram essa versão, afirmando que o motorista fugiu sem oferecer ajuda. Segundo Mariana Gonçalves Soares, prima da vítima, a sensação é de impunidade.
Atropelamento e investigação
Imagens de câmera de segurança mostram o momento em que o Hyundai HB20 branco, conduzido por Adeison, invade o acostamento da BR-070 e atinge Tiago, que pedalava pela via. O ciclista foi reanimado por 53 minutos pelos bombeiros e levado ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas não resistiu aos ferimentos e morreu na quinta-feira (2/1).
Vídeo obtido pela reportagem mostra o momento em que um HB 20 branco invade o acostamento da BR-070, na altura de Taguatinga Norte, e atinge o ciclista.
Adeison se apresentou à 17ª DP dois dias após o atropelamento. O delegado-chefe Mauro Aguiar informou que ele será indiciado por homicídio doloso com dolo eventual, por dirigir em alta velocidade e invadir o acostamento, sem dar chance de defesa à vítima. Além disso, um amigo de Adeison foi preso por esconder o veículo envolvido no acidente em uma casa em Águas Lindas (GO).
O carro, um HB20 branco, foi localizado coberto por uma lona e ainda apresentava marcas de sangue e avarias do impacto. O veículo foi enviado para a Delegacia de Polícia Especializada (DPE) para continuidade da perícia.
Homenagens à vítima
Tiago Gonçalves de Oliveira era farmacêutico e proprietário de uma drogaria em Taguatinga. Amigos e colegas lamentaram sua morte nas redes sociais, destacando sua dedicação e otimismo.
“Tão jovem… foi um aluno querido, que marcou sua presença em sala de aula pelo otimismo e vontade de viver”, disse outra profissional de Farmácia.
O Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal também emitiu nota de pesar, solidarizando-se com os familiares e amigos da vítima.
