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DeepSeek, Sputnik e a metamorfose ambulante de Raul

Última atualização: 10 de fevereiro de 2025 05:30
6 meses ago
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DeepSeek, uma startup chinesa fundada há pouco menos de dois anos, sacudiu o mundo nas últimas semanas com o lançamento das versões mais recentes de seu chatbot de inteligência artificial.

Chamados DeepSeek-R1 e DeepSeek-R1-Zero, os modelos são baseados em uma versão que havia sido lançada no final de dezembro, o DeepSeek-V3, e, segundo mostram testes, são capazes de realizar tarefas matemáticas e de codificação com qualidade equivalente ou superior aos modelos mais avançados dos seus concorrentes, como o o1, da OpenAI, e o Llama 3.1 405B, da Meta.

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Rapidamente, o DeepSeek conquistou milhões de usuários e, em 27 de janeiro, seu aplicativo chegou ao primeiro lugar dentre os apps gratuitos mais baixados na App Store da Apple nos EUA, destronando o rival ChatGPT. 

Sob um olhar desatento, em um contexto de anúncios bombásticos quase diários, com novos modelos e evoluções das ferramentas já existentes sendo apresentados ao público em um ritmo cada vez mais veloz, os lançamentos do DeepSeek poderiam passar apenas como mais um passo previsível na frenética corrida tecnológica e geopolítica pela evolução da inteligência artificial. Ora, novos modelos que se mostram superiores aos dos incumbentes, qual a novidade? 

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Mas esta impressão não sobrevive a um olhar mais detido sobre o tema. O DeepSeek afirma em um relatório técnico que o desenvolvimento do modelo original V3 consumiu algo em torno de US$ 5,6 milhões em capacidade computacional – valor ínfimo se comparado, por exemplo, aos mais de US$ 100 milhões gastos pela OpenAI apenas para o desenvolvimento da última versão do ChatGPT, o ChatGPT-4.

Da mesma forma, o DeepSeek afirma ter usado apenas 2.000 chips para o desenvolvimento dos modelos, número também insignificante quando consideramos os 16 mil chips usados pela Meta para desenvolver o Llama 3.1 405B. 

Há anos as big techs têm defendido a ideia de que o avanço da inteligência artificial depende diretamente da capacidade de investimento em pesquisas e da disponibilidade de poder computacional massivo. Sob essa teoria, empresas devem estar preparadas para investir recursos financeiros cada vez maiores e seguir adquirindo infraestrutura computacional de ponta se quiserem manter sua competitividade no mercado de inteligência artificial.

Tal crença vinha mantendo o apetite de investidores por projetos cada vez mais ambiciosos envolvendo inteligência artificial. Não só isso: vinha também dando conforto aos EUA quanto à perspectiva de manutenção de sua hegemonia na corrida tecnológica pelo progresso da inteligência artificial, dado que o país conta não apenas com ampla disponibilidade de recursos financeiros e o fornecedor mais relevante de chips de alta performance, a Nvidia, mas também impõe severas restrições à exportação de chips, o que impede que concorrentes relevantes dos EUA no desenvolvimento da inteligência artificial, como Rússia e China, tenham acesso às versões mais evoluídas do dispositivo.

As novidades do DeepSeek caíram como uma bomba neste cenário. Ao alegar ter conseguido desenvolver modelos tão ou mais eficientes que os concorrentes americanos por uma fração do seu custo e com uma quantidade bastante reduzida de chips, o DeepSeek colocou em xeque a narrativa americana que até então vinha estimulando investidores a seguir injetando bilhões em projetos de inteligência artificial e mantendo a fé dos analistas políticos de que os EUA se manteriam inabaláveis na liderança da corrida pelo desenvolvimento da inteligência artificial no mundo.

O DeepSeek já vem sendo apelidado de Sputnik chinês, referência ao primeiro satélite artificial da história, de origem soviética, e cujo lançamento, em 1957, surpreendeu os EUA, que até então lideravam a pesquisa aeroespecial no mundo, dando início à corrida que iria marcar todo o período da Guerra Fria.

As consequências do susto vieram velozes: no mesmo dia em que o aplicativo do DeepSeek alcançou o primeiro lugar na App Store, as ações das big techs americanas diretamente envolvidas em projetos de inteligência artificial, como Alphabet, Microsoft e Oracle, sofreram uma queda brusca na bolsa, tendo acumulado perdas estimadas em US$1 trilhão. 

O caso específico da Nvidia é ilustrativo do impacto causado pelo DeepSeek: em um contexto em que o crescimento da demanda por chips para inteligência artificial parecia sem limites, a empresa chegou a alcançar o valor de US$ 3 trilhões em um período de apenas dois anos. Bastaram o lançamento e a popularização do DeepSeek contudo para que suas ações desvalorizassem em 17%, o que representou uma perda de valor de mercado de US$ 589 bilhões – a maior já registrada na história em apenas 24 horas.

É claro que as empresas não ficaram inertes diante do súbito derretimento de seu valor. Houve aqueles que vieram a público para colocar em dúvida a acurácia e mesmo a veracidade das afirmações do DeepSeek quanto aos baixos custos envolvidos e o relativo pequeno número de chips usados no desenvolvimento de seus modelos; outros, como o CEO da OpenAI, anunciaram que responderiam ao fenômeno DeepSeek lançando modelos ainda mais avançados, que superariam os novatos. 

A contenda chegou a um outro nível, contudo, quando a Bloomberg deu conta de que a Microsoft, maior investidora da OpenAI, estaria investigando se o DeepSeek teria treinado seus modelos a partir dos outputs do ChatGPT-4. No dia seguinte à notícia da Bloomberg, a OpenAI declarou que de fato há elementos a indicar que o DeepSeek usou outputs do ChatGPT para desenvolver seu próprio modelo e que “tomariam medidas agressivas e proativas para proteger sua tecnologia”. 

O incômodo da OpenAI é compreensível. Imagine ver o produto de seu esforço intelectual sendo utilizado livremente por terceiros sem qualquer consideração, e ainda para lhe criar concorrência direta. Deve ser terrível – e artistas e autores do mundo inteiro sabem bem disto há muito tempo. Afinal, não custa lembrar que o próprio ChatGPT foi criado e treinado a partir de uma quantidade massiva de conteúdos protegidos por direitos autorais, coletados livremente pela OpenAI sem qualquer autorização e muito menos remuneração de seus titulares. Irônico, não?

A contradição não passou despercebida pelos críticos da OpenAI. Manchetes debochadas deram o tom da reação e matérias lembraram que coerência realmente não tem sido o forte das big techs. Basta mencionar que, em 2016, Sam Altman criticou dura e publicamente Donald Trump, comparando-o a Hitler e alertando para os perigos de sua retórica; em 2023, Elon Musk assinou uma carta aberta que pedia uma pausa de seis meses no desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial mais avançados, devido a potenciais riscos para a sociedade e a humanidade.

E, no entanto, cá estamos em 2025: de um lado, Sam Altman dividindo palco com o recém reeleito presidente Trump na Casa Branca, agradecendo-o pelo apoio ao Projeto Stargate, que vai investir US$ 500 bilhões na expansão da infraestrutura para o desenvolvimento de inteligência artificial; de outro, Elon Musk figurando como fundador e diretor da X.AI, empresa que compete diretamente com OpenAI e demais players do mercado de inteligência artificial.

O circo se completa agora com a briga entre os próprios Musk e Altman em torno da parceria entre Microsoft e OpenAI: segundo Musk, tal parceria tem caráter anticompetitivo e está prejudicando mercado da inteligência artificial. A disputa já chegou ao Judiciário.

Tantas contradições e conflitos internos fizeram com que a campanha de difamação do DeepSeek para torná-lo vilão e inimigo público dos EUA falhasse completamente. O Sputnik chinês permanece aumentando sua base de usuários e outras empresas chinesas continuam lançando suas próprias ferramentas, como o Qwen2.5-Max, da AliBaba, e o Doubao-1.5-Pro, da Bytedance. Ao mesmo tempo, as big techs já se recuperam do baque de janeiro e começam a ver suas ações novamente valorizadas na bolsa.

Seguimos sem vencidos nem vencedores, mas com ao menos uma certeza: não há mocinhos nem bandidos aqui. Sob o manto dos discursos maniqueístas, continuamos a ser liderados por um grupo pequeno e pouco diverso de empresas de tecnologia que têm em comum, independentemente do seu lugar de sede, a busca pelo lucro sem limites, a aversão à tão necessária regulação e advogados sempre prontos para defender e justificar estes que, como na música de Raul Seixas, seguem dizendo o oposto do que disseram antes. Haja criatividade.

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