O retorno da Texaco ao Brasil está sendo dificultado por dívidas milionárias reconhecidas na Justiça com uma distribuidora baiana. A marca, que pertence à gigante global do petróleo Chevron, esteve no país por mais de 80 anos antes de deixar o mercado nacional em 2008. No entanto, em outubro do ano passado, a Chevron e o Grupo Ultra, responsável pela rede de postos Ipiranga, anunciaram uma parceria para reintroduzir a Texaco no Brasil, com a inauguração de um posto em Palhoça (SC), o primeiro de uma rede planejada. Mas, passados cinco meses, nenhum outro posto foi aberto.
Fontes ouvidas pelo BNews afirmam que as dívidas da Texaco, Chevron e Grupo Ultra, relativas ao descumprimento de contratos anteriores à saída da marca do Brasil, estão afetando o interesse de novos parceiros. As empresas foram investigadas pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) devido a essas pendências.
As dívidas envolvem a empresa baiana MLub, que manteve um contrato de exclusividade com a Texaco para a distribuição de lubrificantes na Bahia e Sergipe por mais de uma década. Contudo, a própria Texaco vendia diretamente seus produtos aos clientes nos dois estados, desconsiderando a exclusividade acordada.
Esse episódio resultou em uma condenação no Tribunal de Justiça da Bahia no valor superior a R$ 60 milhões para a Texaco, Chevron e Grupo Ultra. As empresas recorreram da decisão, e o caso ainda aguarda julgamento no STJ há mais de quatro anos. Além disso, em novembro do ano passado, o CADE iniciou uma investigação sobre as três empresas por quebra de contrato, e, em dezembro, a CVM passou a apurar o motivo de a Chevron e o Grupo Ultra terem omitido a dívida reconhecida pela Justiça baiana em seus balanços financeiros.