Autoridade monetária dos EUA manteve taxas entre 4,25% e 4,5% ao ano
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O Federal Reserve (Fed) interrompeu o corte dos juros dos Estados Unidos nesta quarta-feira (29), mantendo a taxa entre 4,25% e 4,5%. A decisão foi unânime.
A decisão já era esperada pelo mercado em meio às expectativas de analistas com o potencial inflacionário das políticas sinalizadas por Donald Trump, como a taxação de importações e a deportação de imigrantes ilegais.
O banco central dos Estados Unidos retirou de seu último comunicado de política monetária o trecho que dizia que a inflação “progrediu” em direção à meta de inflação de 2% do Fed, destacando apenas que o ritmo de aumento dos preços “continua elevado”.
As autoridades do Fed dizem acreditar amplamente que o progresso na redução da inflação será retomado este ano, mas agora mantiveram os juros inalterados enquanto aguardam dados que confirmem isso.
“A atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. A taxa de desemprego se estabilizou em um nível baixo nos últimos meses, e as condições do mercado de trabalho permanecem sólidas”, disse o Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central, que define a política monetária, em um comunicado após o final de sua última reunião de dois dias.
“Ao considerar a extensão e o momento de ajustes adicionais na faixa da taxa básica, o Comitê avaliará cuidadosamente os dados que estão chegando, a evolução das perspectivas e o equilíbrio dos riscos”, afirmou.
A decisão coloca o Fed em modo de espera enquanto autoridades aguardam mais dados sobre inflação e emprego e mais clareza sobre o impacto das políticas do presidente norte-americano, Donald Trump.
O governo Trump já tomou medidas para deportar alguns imigrantes sem documentos e congelar gastos federais, e pode ampliar seu alcance para impor, já neste fim de semana, novas tarifas de importação sobre importantes parceiros comerciais, como México e Canadá.
O Fed iniciou o ciclo de queda em setembro do ano passado, quando as taxas estavam entre 5,25% e 5,5%, no primeiro movimento para baixo desde 2020. Desde então, foram três cortes seguidos até dezembro.
À época, as autoridades do Fed previram apenas dois cortes nas taxas para este ano, abaixo dos quatro projetados em setembro, principalmente por causa de leituras de inflação maiores do que o esperado.
O mercado prevê que os juros nos EUA fiquem nesse patamar nos próximos dois encontros do Fed (março e maio) e voltem a cair apenas no encontro agendado para junho, com redução de 0,25 ponto, segundo dados da Ferramenta CME FedWatch.
Para que o Fed comece a cortar novamente, as autoridades terão que ver a inflação continuar a se aproximar da meta de 2% do banco central. Os formuladores de políticas do Fed parecem esperar que seja esse o caso, de acordo com seus discursos recentes, mas momentos difíceis inesperados aconteceram.
O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), indicador de inflação favorito do Fed, encerrou novembro com alta de 0,1%, com avanço de 2,4% em 12 meses.
Os dados de dezembro e de 2024 serão publicados nesta sexta-feira (31).
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*Com CNN Internacional e Reuters
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